segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Obra de arte da pintora Djanira, que fica no Salão Nobre do Liceu, é restaurada


Uma obra feita e doada pela pintora Djanira, que ocupa uma das paredes do salão nobre do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio, está passando por um processo de restauração. A primeira fase, a de faceamento, onde toda a pintura foi coberta com um material chamado Beva, teve como principal objetivo o de preservar a obra de arte, que está sofrendo os efeitos do desgaste dos anos. O quadro foi doado por Djanira na época da fundação da escola, em 1953. Já o processo de restauração foi uma iniciativa da Secretaria de Educação do município em parceria com a Fundação de Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A ideia é que, após a recuperação, ele passe a integrar o circuito turístico da cidade e possa ser apresentado também a alunos de outras escolas.

A secretária de educação Maria Elisa Badia contou que o processo de restauração teve início em fevereiro deste ano. Na época, a prefeitura iniciou a procura para fazer o faceamento, que custou R$30 mil e foi realizado em três meses. “Com isso, conseguimos paralisar o processo de danificação da obra”, disse. Após essa fase, aconteceu uma reunião com o Iphan, onde foi pedido o auxílio para construir o projeto de restauração. A partir desse momento, é que será feita a licitação para dar início, de fato, à recuperação da obra de arte.

Maria Elisa contou ainda que foi cogitada a possibilidade de transferir o quadro para o Centro de Cultura, mas os especialistas aconselharam a deixá-la na escola, uma vez que ele foi feito sob medida, ocupando um espaço de 4 metros de largura por 25 metros de comprimento. A inspiração é futurista e, além disso, retrata de uma maneira mágica, a Petrópolis antiga, reproduzindo o Museu Imperial, a estação de Leopoldina, o tear. “Temos interesse na tutela do patrimônio cultural e, desde que observamos a necessidade de restauração dessa importante obra, estamos buscando garantir todas as etapas desse processo”, comentou, acrescentando que o quadro não só retrata, como resgata a história da cidade.

A secretária destacou também a importância da escola, que funciona no Centro Histórico e atende, atualmente, 1.500 alunos, distribuídos entre o 6º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. O salão nobre recebe todos os eventos da escola, assim como reuniões e solenidades. “É uma das unidades de ensino mais antigas da cidade, tradicional e que simboliza a história da cultura e do desenvolvimento da educação no município”, comentou.

Sobre a conclusão do projeto de restauração da obra da Djanira, destacou que depende do término do projeto, para que possa ser feita a licitação dos serviços. “O faceamento era imprescindível e urgente e englobou um trabalho minucioso, feito bloco por blocos”, afirmou. Após o término, a ideia é restaurar também o salão, para garantir a preservação do quadro.


A Djanira

Nascida em 20 de junho de 1914, em Avaré, no estado de São Paulo, Djanira da Mota e Silva, foi pintora, desenhista, ilustradora, cartazista, cenógrafa e gravadora brasileira. Seu primeiro quadro foi desenhado, quando tinha 23 anos, e foi internada em São José dos Campos. Na época fez o desenho intitulado como “Um Cristo no Gólgota”. Quando melhorou mudou-se para Santa Teresa, no Rio de Janeiro, por causa do clima. Já em 1930, instalou uma pensão familiar no bairro, e um dos hóspedes, era o pintor Emerio Marcier, que a incentivava a dar aulas de pintura. No fim daquela década, começou a dar suas primeiras instruções em um curso noturno de desenho no Liceu de Artes e Ofícios.

A pintora viveu em Petrópolis, durante os últimos anos de sua vida, em uma residência no bairro Samambaia. Por aqui, participou de exposições e eternizou sua estadia na cidade, doando a importante obra histórica ao Liceu. Ela morreu no Rio de Janeiro, em 31 de maio, de 1979, aos 64 anos.

Leia mais sobre a Obra e sobre a artista Djanira em Liceu Online Petrópolis - Salão Nobre

0 comentários:

Postar um comentário